'Comprei uma Ferrari', diz agricultor ao gastar R$ 1,5 milhão em máquinas

Empresário investiu valor em equipamentos para pulverização de plantação.
Feira de tecnologia para o setor agropecuário acontece em Ribeirão Preto.

Fonte:G1/RP

“Comprei uma Ferrari, só que para trabalhar”, disse Angelo Dias Munari, de 42 anos, nesta quinta-feira (3) ao investir R$ 1,5 milhão em quatro máquinas agrícolas na Agrishow 2012, em Ribeirão Preto (SP). Para o produtor de sementes de soja, algodão e milho em Uberlândia (MG), a comparação com o esportivo italiano vai além do preço: “Você só compra um carro desses para ter o máximo de tecnologia, conforto e desempenho”.

Conforto que Munari não experimentou quando começou sozinho a plantar tomates em dois hectares de terra com um trator rústico fabricado há mais de 30 anos, mas que hoje não falta aos operadores das 70 máquinas distribuídas em 5 mil hectares de plantações do empresário. A explicação do investimento também é feita pela comparação com automóveis. “Trator é igual carro, quando você acaba de pagar o financiamento é bom vender, porque começa a dar problema”, ensina.

O mais caro dos equipamentos, um pulverizador que custa quase R$ 500 mil, realmente tem itens semelhantes aos de automóveis mais sofisticados. O piloto hidráulico automático permite que o operador controle o gigante de 3,5 metros de altura sem tocar no volante – utilizado apenas para as manobras mais difíceis.

GPS permite agricultor controlar as áreas já 
pulverizadas (Foto: Clayton Castelani/G1)

O trajeto na área a ser pulverizada é programado por um sistema de GPS, que corta a distribuição do produto sobre a plantação quando percebe que está sobre um setor já coberto com o inseticida. Com tudo programado no computador de bordo, basta respirar o ar-condicionado e filtrado pelo sistema de carbono ativado da cabine.

Para completar o pacote tecnológico, a máquina tem suspensão pneumática ativa – que se autorregula ao terreno. “É igual aos antigos carros da Willians na Fórmula 1”, comparou o técnico agrícola da fabricante Erasmo Costa de Paula, citando a tecnologia que a escuderia inglesa usou para massacrar a concorrência no começo da década de 1990.

Fãs de carros esportivos podem achar que as comparações entre tratores com supermáquinas das pistas sejam descabidas. Mas, como explica Munari, no agronegócio, assim como no automobilismo, perder produtividade por falta de tecnologia significa o fim da prova. “Sem esse investimento, você não consegue competir no mercado”.

Serviço
Agrishow 2012
Data: 30 de abril a 4 de maio de 2012
Local: Rodovia Antônio Duarte Nogueira Km 321 - Ribeirão Preto
Horário: das 8h às 18h